Carta para mim mesma

Uma carta para mim mesma, há cinco anos. (Já que ainda não sou velha o suficiente pra fazer uma pra 10 anos atrás)


Querida Joyce,

Eu sei que a vida às vezes parece muito insossa e cinza. Mas acredite: as coisas sempre melhoram. Se não, ao menos tornam-se mais interessantes.Crianças3

Do alto dos seus 15 anos tudo parece tão certo – a faculdade de arquitetura, o casamento aos 24, trabalho e pós graduação – e ao mesmo tempo tão errado – sua escassez de amizades reais, as coisas que você se força a fazer pra agradar aos outros, o tédio de viver -. Mas relaxe. Não se prenda a nenhum sonho pequeno ou a ideologias que você procura, procura, mas não sabe explicar. Continue sonhando, só isso.

Você vai passar por boas e más experiências. Pense melhor sobre elas. Algumas serão desnecessárias por não acrescentarem nada de bom à sua vida. Mas também não deixe de viver pequenas bobeiras e rir de coisas idiotas. Aliás, nunca faça isso. Aqui no futuro ainda estou tentando aprender a lidar com isso. A me importar menos com conversas bobas e rir mais.

Sobre sua profissão, não se cobre tanto. Nem cobre tanto dos seus pais. Eles te darão apoio nas suas dúvidas e você vai acabar percebendo que eles são ótimos. Não te forçarão a fazer nada que você não queira (desde que eles estejam certos. E eles estarão).

Quanto ao coração, meu bem, apenas siga seus instintos. Às vezes ele estará mais certo do que seu cérebro. Isso te trará felicidades. E só o que eu posso dizer é que reencontrará alguém inimaginável que só te fará bem. Pro resto da vida.

O melhor conselho que posso te dar é: seja assim mesmo. Estranha, antissocial, racional e emocional ao mesmo tempo. A vida vai se encarregar de te ensinar e mudar. Naturalmente, sem esforço, apenas com a dor necessária para te fazer mais forte.

Por último, aproveite ao máximo sua família e amigos. Um dia você terá que viajar pra encontrá-los.

Com carinho,

você mesma.